Bio

Ana de Ferro produz, escreve, dirige, atua e pesquisa a cena. Doutora em Artes Cênicas pela USP (2022) e Mestra em Estudos Literários pela UFPR (2014), interessa-se por esgarçar a maneira como nos engajamos com espaços físicos e virtuais. Criou e produziu diversos espetáculos e performances para espaços alternativos, sempre estando à frente da direção e do texto e, por vezes, também atuando. Ainda, criou e colaborou em projetos que se infiltraram em espaços convencionais – do teatro, da comunicação e do ensino – para subverter ou ampliar seus usos e potencialidades. Cultiva uma proximidade grande com a literatura, que continuamente é inspiração para estruturas de relações cênicas. Atualmente, está à frente da Produções de Ferro, por meio da qual realiza suas iniciativas. Como atriz, trabalha também com diretores de linguagens diversas nas quais experimenta outras formas de ser artista.

Até 2022, integrou o Agora Coletivo, com o qual produziu, escreveu, dirigiu e performou o solo Incêndio (2015); foi produtora, diretora e intérprete-criadora em Ensaio para uma poética do movimento (2016), peça para espaços não convencionais com dramaturgia de Marcelo Bourscheid; foi intérprete-criadora no espetáculo As Cidades Invisíveis (2019), dirigido por Renato Sbardelotto, e produziu e atuou no solo Primeiro Amor (2017), com direção de Marcelo Bourscheid.

Entre 2017 e 2018, foi artista residente na Airez Galeria em Curitiba. Ali, desenvolveu parte da Obra em Progresso, projeto no qual investiga na prática o diálogo teórico com o livro Finnegans Wake desenvolvido em sua pesquisa acadêmica. A exploração resultou em três performances assinadas pelo Agora Coletivo: em Cartografia (2018), trabalho em espaços não convencionais apresentado na Bienal Internacional de Curitiba (Circuito de Galerias), Ana foi produtora, diretora e dramaturga; em Sobreposição (2017), que aconteceu na própria Airez, Ana foi produtora, diretora, dramaturga e atriz, e em Streaming (2017), solo virtual que se deu no sistema live pelo Facebook, Ana foi também produtora, diretora, dramaturga e atriz. O avanço desta busca resultou no roteiro teatral Embalada (2022), publicado em sua tese de doutorado.

Em 2016, atou com Marco Catalão na palestra-performance Desconcerto número 1 de Aurélio Pinotti. Em 2022, novamente com Catalão, dirigiu e atuou em Rumores Senum Severiorum, montagem virtual de outro texto de Pinotti realizada pelo ProAC (Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo).

Em 2010, teve seu texto teatral Desvio para o azul publicado pelo Núcleo de Dramaturgia British Council/SESI com a curadoria de Lu Mazza e Gabriela Melão. Nesse mesmo ano, foi diretora e autora em Espaço Outro (2010), peça vencedora do Prêmio Funarte Myriam Muniz e realizada em espaços não convencionais. Em 2012, dirigiu a montagem de seu texto Desvio para o Azul. Em 2009, escreveu, dirigiu e atuou no solo Senhorita.

Como atriz convidada, foi Lady Macbeth em 2017 na montagem estadunidense de Macbeth, de Shakespeare, dirigida pelo russo Alex Liznenkov. Produzido e apresentado em São Francisco, Califórnia (EUA), o espetáculo deu origem ao filme longa-metragem Macbeth Syndrome (2019), dirigido por Christopher Coppola, no qual Ana interpretou a mesma personagem. Esta foi sua estreia no audiovisual.

Desde então, integrou o elenco principal do longa-metragem de ação Franco no Trem do Medo (2023), dirigido por Salete Machado, bem como o elenco principal do longa-metragem de drama Coração de Neon (2023), dirigido por Lucas Estevan Soares e disponível em diversas plataformas de streaming, como Prime, Google Play, Apple TV, entre outras.

Em 2023, Ana foi chamada para retornar a São Francisco, quando atuou como Sonia na versão em inglês do clássico Tio Vânia (“Uncle Vanya”) de Anton Tchekhov, novamente com direção de Liznenkov.

Ana de Ferro ainda atuou em espetáculos de diversos diretores, como Jesus Vem de Hannover (2008) e Parasitas (2006), ambos de Henrique Saidel; Mecânica (2006), de Giorgia Conceição; Na Verdade Não Era (2008), de Nina Rosa Sá; No Coração das Trevas (2016), de Lúcia Helena Martins; entre outros.

Pariu a Marina em dezembro de 2021 e esta é sua melhor obra.

Ana de Ferro produces, writes, directs, performs, and researches contemporary performance. She holds a PhD in Performing Arts from the University of São Paulo (USP, 2022) and a Master’s degree in Literary Studies from the Federal University of Paraná (UFPR, 2014). She is interested in challenging and expanding the ways we engage with both physical and virtual spaces. Ana has created and produced several performances and plays for alternative spaces, always taking the lead in directing and writing, and often also performing. Additionally, she has created and collaborated on projects that infiltrated conventional spaces — of theater, communication, and education — to subvert or expand their uses and potential. She maintains a close relationship with literature, which continuously inspires the structures of her scenic compositions. She currently leads Produções de Ferro, through which she carries out her projects. As an actress, she also works with directors from diverse artistic backgrounds, experimenting with different ways of being an artist.

Until 2022, she was a member of Agora Coletivo, with which she produced, wrote, directed, and performed the solo Incêndio [Wild Fire] (2015); served as producer, director, and performing-creator in Ensaio para uma poética do movimento (2016), a site-specific piece with dramaturgy by Marcelo Bourscheid; was a performing-creator in the play As Cidades Invisíveis (2019), directed by Renato Sbardelotto; and produced and performed the solo Primeiro Amor (2017), directed by Marcelo Bourscheid.

Between 2017 and 2018, she was an artist-in-residence at Airez Gallery in Curitiba. There, she developed part of Work in Progress, a project in which she practically investigated the theoretical dialogue with the book Finnegans Wake, developed within her academic research. This exploration resulted in three performances signed by Agora Coletivo: in Cartography (2018), a site-specific work presented at the Curitiba International Biennial (Gallery Circuit), Ana was producer, director, and playwright; in Superimposition (2017), held at Airez Gallery, she served as producer, director, playwright, and actress; and in Streaming (2017), a virtual solo performed via Facebook live, she was also producer, director, playwright, and actress. The advancement of this research culminated in the theatrical script Embalada (2022), published in her doctoral thesis.

In 2016, she collaborated with Marco Catalão in the lecture-performance Desconcerto número 1 de Aurélio Pinotti. In 2022, again with Catalão, she directed and performed in Rumores Senum Severiorum, a virtual staging of another text by Pinotti, produced through ProAC (São Paulo State Cultural Action Program).

In 2010, her play Desvio para o azul was published by the British Council/SESI Playwriting Program, curated by Lu Mazza and Gabriela Melão. That same year, she directed and wrote Espaço Outro (2010), winner of the Funarte Myriam Muniz Award, performed in non-conventional spaces. In 2012, she directed the staging of her text Desvio para o Azul. In 2009, she wrote, directed, and performed the solo Senhorita.

As a guest actress, she played Lady Macbeth in 2017 in the American production of Macbeth by Shakespeare, directed by Russian director Alex Liznenkov. Produced and performed in San Francisco, California (USA), the play led to the feature film Macbeth Syndrome (2019), directed by Christopher Coppola, in which Ana portrayed the same character. This marked her debut in cinema.

Since then, she has been part of the main cast of the action feature film Franco on the Train of Fear (2023), directed by Salete Machado, as well as the main cast of the drama feature Neon Heart (2023), directed by Lucas Estevan Soares and available on various streaming platforms such as Prime, Google Play, Apple TV, among others.

In 2023, Ana was invited to return to San Francisco, where she played Sonia in the English-language version of Anton Chekhov’s classic Uncle Vanya, once again under the direction of Liznenkov.

Ana de Ferro has also performed in productions by several directors, such as Jesus Vem de Hannover (2008) and Parasitas (2006), both by Henrique Saidel; Mecânica (2006) by Giorgia Conceição; Na Verdade Não Era (2008) by Nina Rosa Sá; No Coração das Trevas (2016) by Lúcia Helena Martins; among others.

In December 2021, she gave birth to Marina — her greatest creation.